Biografia 

 

Nome de nascimento: Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos

Data de nascimento: 20 de dezembro de 1966

Terra natal: Oeiras

Primeiro contacto com a música:  em casa, quando recuperava de uma doença de infância, que se apaixonou pelo Fado ao ouvir a coleção de discos dos pais.

Anos de carreira:  1979 até ao presente

Discografia: 

  • "Uma Noite de Fados", 1995
  • "Na Linha da Vida", 1998
  • "Esta Coisa da Alma", 2000
  • "Pelo Dia Dentro", 2001
  • "Como sempre... como dantes", 2003
  • "The Art of Camané - The Prince of Fado", 2004
  • "Ao Vivo no São Luiz" (DVD), 2006
  • "Sempre de Mim", 2008
  • "Camané ao Vivo no Coliseu" (CD+DVD), 2009
  • "Do Amor e dos Dias", 2010
  • "Camané, O Melhor", 2013
  • "Infinito Presente", 2015


"Sei de um rio…

Sei de um rio

Em que as únicas estrelas

Nele, sempre debruçadas

São as luzes da cidade

 

Sei de um rio…

Sei de um rio

Rio onde a própria mentira

Tem o sabor da verdade

Sei de um rio

 

Meu amor, dá-me os teus lábios!

Dá-me os lábios desse rio

Que nasceu na minha sede!

Mas o sonho continua…

 

E a minha boca (até quando?)

Ao separar-se da tua

Vai repetindo e lembrando

“– Sei de um rio…

Sei de um rio…”

 

Sei de um rio…

Ai!

Até quando?"

"Ai Margarida,

Se eu te desse a minha vida,

Que farias tu com ela?

- Tirava os brincos do prego,

Casava c´um homem cego

E ia morar para a Estrela.

 

Mas, Margarida,

Se eu te desse a minha vida,

Que diria tua mãe?

- (Ela conhece-me a fundo.)

Que há muito parvo no mundo,

E que eras parvo também.

 

E, Margarida,

Se eu te desse a minha vida

No sentido de morrer?

- Eu iria ao teu enterro,

Mas achava que era um erro

Querer amar sem viver.

 

Mas, Margarida,

Se este dar-te a minha vida

Não fosse senão poesia?

- Então, filho, nada feito.

Fica tudo sem efeito.

Nesta casa não se fia.

 

- Então, filho, nada feito.

Fica tudo sem efeito.

Nesta casa não se fia."

 

"Foi assim, era costume

Tu vinhas pedir-me lume

Ao balcão daquele bar

Eu disse que não, primeiro

Depois, comprei um isqueiro

E até voltei a fumar

 

As noites que nós passamos

Quantos cigarros fumámos

Tanto lume que eu te dei

Um dia acordei com frio

Estava o cinzeiro vazio

E nunca mais te encontrei

 

Mas ontem, naquele bar

De repente, vi-te entrar

Foste direita ao balcão

Como era o teu costume

Vieste pedir-me lume

Mas eu disse-te que não

 

Se quando te foste embora

Deitei o isqueiro fora

Que lume te posso eu dar?

Pede a outro que te ajude

P'ra bem da minha saúde

Eu já deixei de fumar

 

Sem dormir de madrugada

Ouvi teus passos na escada

Vi da janela, o teu carro

Debaixo do travesseiro

Encontraste o meu isqueiro

E acendeste-me o cigarro"