António Zambujo

Nome de nascimento: António Zambujo

Data de nascimento: 19 de setembro de 1975

Terra natal: Beja, Alentejo

Primeiro contacto com a música: aos 8 anos, quando começa a ter aulas de clarinete

Maior êxito: “Pica do 7”, do álbum "Rua da Emenda"

Anos de carreira: 2002 - presente

Discografia: 

  • O Mesmo Fado (2002)
  • Por meu Cante (2004)
  • Outro Sentido (2007)
  • Guia (2010) 
  • Quinto (2012) 
  • Lisboa 22:38 - Ao Vivo no Coliseu (2013) 
  • Rua Da Emenda (2014)

Página oficial do cantor: http://www.antoniozambujo.com/

 


Discografia



Músicas

De manhã cedinho eu salto do ninho

E vou pra paragem

De bandolete à espera do 7 mas não pela viagem

Eu bem que não queria

Mas um certo dia eu vi-o passar

E o meu peito séptico, por um pica de elétrico

Voltou a sonhar

 

A cada repique, que soa do clique

Daquele alicate

Num modo frenético, o peito séptico toca a rebate

Se o trem descarrila o povo refila

E eu fico num sino

Pois um mero trajeto no meu caso concreto

É já o destino

Ninguém acredita no estado em que fica

O meu coração

Quando o 7 me apanha

Até acho que a senha me salta da mão

Pois na carreira desta vida vã

Mais nada me dá a pica que o pica do sete me dá

Que triste fadário e que itinerário tão infeliz

Cruzar meu horário

Com o dum funcionário de um trem da carris

Se eu lhe perguntasse

Se tem livre passe pró peito de alguém

Vá-se lá saber

Talvez eu lhe oblitere o peito também

Ninguém acredita no estado em que fica

O meu coração

Quando o 7 me apanha

Até acho que a senha me salta da mão

Pois na carreira desta vida vã

Mais nada me dá a pica que o pica do sete me dá

Bem te avisei, meu amor,

Que não podia dar certo

E era coisa de evitar

Como eu, devias supor,

Que, com gente ali tão perto,

Alguém fosse reparar

 

Mas não: fizeste beicinho

E como numa promessa

Ficaste nua para mim

Pedaço de mau caminho

Onde é que eu tinha a cabeça

Quando te disse que sim?

 

Embora tenhas jurado

Discreta permanecer

Já que não estávamos sós

Ouvindo na sala ao lado

Teus gemidos de prazer

Vieram saber de nós

 

Nem dei p'lo que aconteceu

Mas, mais veloz e mais esperta,

Só te viram de raspão

Vergonha passei-a eu:

Diante da porta aberta

Estava de calças na mão.

Vem dar uma voltinha na minha Lambretta

Deixa de pensar no tal Vilela

Que tem carro e barco à vela

O pai tem a mãe também

Que é tão tão

Sempre a preceito

Cá para mim no meu conceito

Se é tão tão e tem tem tem

Tem de ter algum defeito

 

Vem dar uma voltinha na minha Lambretta

Vê só como é bonita

É vaidosa, a rodinha mais vistosa

Deixa um rasto de cometa

É baixinha mas depois

Parece feita para dois

Sem falarmos eteceteras

Fazem de nós heróis

 

Eu sei que tenho estilo gingão

Volta e meia vai ao chão

Quando faz de cavalinho

Mas depois passa-lhe a dor,

Endireita o guiador

E regressa de beicinho

Para o pé do seu amor

 

Vem dar uma voltinha na minha Lambretta

Eu juro que eu guio devagarinho

Tu só tens de estar juntinho

Por razões de segurança

E se a estrada nos levar

Noite fora até mar

Paro na beira da estrada

Com a luzinha a alumiar

 

E deixar de pensar no tal Vilela

Que tem carro e barco à vela

O pai tem a mãe também

Que é tão tão

Sempre a preceito

Cá para mim no meu conceito

Se é tão tão e tem tem tem,

Tem que ter algum defeito

Se é tão tão e tem tem tem,

Tem que ter algum defeito

Se é tão tão e tem tem tem,

Tem que ter algum defeito ...


O nosso amor chega sempre ao fim

tu velhinha com teu ar ruim

e eu velhinho a sair porta fora

mas de manhã algo estranho acontece

tu gaiata vens da catequese

e eu gaiato a correr da escola

mesmo evitando tudo se repete

o encontrão, a queda e a dor no pé

que o teu sorriso sempre me consola

 

No nosso amor tudo continua

o primeiro beijo e a luz da lua

o casamento e o sol de Janeiro

vem a Joana, a Clara e o Martim

Surge a pituxa, a laica e o bobi

e uma ruga a espreitar ao espelho

com a artrite, a hérnia e a muleta

tu confundes o nome da neta

e eu não sei onde pus o dinheiro

 

O nosso amor chega sempre aqui

ao instante de eu olhar para ti

com ar de cordeirinho penitente

mas nem te lembras bem o que é que eu fiz

e eu com isto também me esqueci

mas contigo sinto-me contente

penduro o sobretudo no cabide

visto o pijama e junto-me a ti

de sorriso meigo e atrevidamente

 

Ao teu pé frio, encosto o meu quentinho

e adormecendo lá digo baixinho

eu vivia tudo novamente